quarta-feira, 15 de junho de 2011

HELENA TANNURE: "TEM MUITA GENTE BUSCANDO NO MINISTÉRIO A REALIZAÇÃO PESSOAL"

Ministrando no MIB o Seminário de Intercessão junto com a pastora Ezenete Rodrigues e uma equipe da Igreja Batista da Lagoinha, no último final de semana, Helena Tannure concedeu uma entrevista ao blog da rede e falou sobre os anos no Diante do Trono, sobre a amizade com Ana Paula Valadão e como o Senhor tem a conduzido nesse novo tempo fora do ministério DT. Confira:

Você é conhecida em todo o Brasil, primeiro, por fazer parte do Diante do Trono, mas depois por ser solista da canção Lugares Altos, do CD Quero Me Apaixonar. Além desse reconhecimento, o que essa canção representa pra sua vida?
No dia em que fomos gravar o DVD que tem essa canção, o Quero Me Apaixonar, em São Paulo, a minha filha mais nova, que estava completando um ano naqueles dias, adoeceu.


Ela estava em Belo Horizonte e eu em São Paulo. Quando eu recebi a ligação e soube que minha filha estava precisando de mim, a minha vontade era jogar tudo pro alto e correr pra Belo Horizonte, fiquei muito preocupada. Foi então que veio a palavra do Senhor dizendo: “viva o que você está cantando”.


Como diz a letra, “Ele me faz andar em lugares altos, acima dos problemas, acima das tribulações, acima das nossas dores”.

Como você descobriu o seu chamado para o ministério de louvor?
Eu costumo dizer que nós descobrimos o nosso chamado através do que acontece com as pessoas ao nosso redor quando estamos fazendo aquilo pra que Deus nos chamou. Isso é muito importante.

Quando chegam pra você e dizem que foram tocadas por Deus por causa daquilo que você estava fazendo, Deus mostra que capacita você para aquilo. Então foi assim, as pessoas começaram a chegar pra mim para dizer isso e foi confirmado no meu coração.

E agora como pregadora. Como você descobriu essa vocação em pregar a palavra de Deus, depois de tantos anos cantando no DT?
Como eu estava falando agora, Deus confirmou através do que Ele fazia na vida das pessoas quando eu pregava.


Quando eu fui fazer meu teste vocacional, lá na minha época de escola, o resultado foi oratória, algo ligado a comunicação. Eu não gostei e nem dei importância.


Eu não sou pastora e nem tenho um ministério voltado para pregação, mas há uns 8 ou 9 anos atrás, eu compartilhei com a Ana Paula (Valadão) que tinha sido muito ministrada por um livro que estava lendo. Foi então que ela me chamou para compartilhar isso no Congresso de Louvor e Adoração daquele ano, uma ministração que falava da Humildade – a beleza da santidade.


Depois do congresso, muitas pessoas chegaram a mim para compartilhar que tinham sido muito tocadas através daquela palavra.

Por que sair do Diante do Trono?
Porque chegou o tempo de Deus. Uma coisa que eu sempre pedi a Deus foi que quando chegasse o tempo de sair eu pudesse perceber os sinais, para que tudo acontecesse de uma forma bonita. E foi assim que aconteceu. Graças a Deus eu percebi os sinais e sai quando o ciclo se fechou.


As vezes é difícil entender que devemos sair daquele lugar que nos alimentou por tanto tempo, um lugar de conforto, mas Deus nos desafias a estar na vontade dEle, que nem sempre é lugar de conforto.

E o chamado pra cantar, acaba?
Não. Eu saí do Diante do Trono, mas Deus continua tocando a vida das pessoas através da minha voz em vários lugares. A diferença é que agora estou num lugar de “desconforto”, sozinha, sem toda aquela estrutura do DT. Deus está querendo me fazer destravar numas áreas que eu anda não destravei. Eu preciso disso para cumprir a vontade dEle.

Vamos falar de história agora. Como você entrou na Igreja Batista da Lagoinha?
Bem, eu e o João éramos do Ministério Peniel, que era uma igreja que tinha nascido da Lagoinha. Ele tinha acabado de se converter e não estava se adaptando a igreja. Então um dia fomos visitar a Lagoinha e gostamos muito, aí ficamos até hoje.

Em que momento você conheceu Ana Paula Valadão?
Eu conheci a Ana quando ela tinha 14 anos, foi quando eu entrei na Lagoinha, vi ela fazer 15 anos. Mas eu só a conhecia como filha do pastor Márcio (Valadão). Só depois que ficamos amigas, quando eu entrei no grupo El Shamah.

Nesses 14 anos de história, é possível citar uma canção do Diante do Trono que marcou sua vida?
Muito difícil escolher, são muitas. Eu já falei de Lugares Altos, mas uma canção que marcou muito foi Preciso de Ti.


Eu lembro que o Diante do Trono estava em uma programação e a Ana começou a cantar uma parte dessa canção, pela primeira vez. Eu fui ministrada demais ao ouvir ela cantando somente aquela parte, a cappella.


Quando entramos no ônibus, eu virei pra Ana e perguntei dela que música era aquela. Ela falou que era uma canção que tinha acabado de fazer, então eu pedi: canta de novo. Ela cantou e, para minha surpresa, na divisão de vozes para a gravação do Diante do Trono 4, já tinham me colocado junto com a Ana exatamente cantando aquela parte que me tocou tanto: “distante de Ti Senhor, não posso viver, não vale a pena existir. Escuta o meu clamor, mais que o ar que eu respiro, Preciso de Ti”.


Outra música que marcou a minha vida foi Quero Ser, no início do ministério Diante do Trono, quem esteve no Seminário de Intercessão sabe por quê. É uma música do segundo CD do grupo, “Exaltado”.


Quando a Ana ensinou pra gente a música, eu não parava de chorar. Todas as vezes que a gente cantava aquela música, eu chorava e chorava demais, e eu pensei: como é que uma pessoa pode compor uma música que expressa exatamente o que minha alma precisava orar?


Cantando essa música, sem saber, eu estava gerando a minha libertação, pedindo a Deus: “eu quero caminhar como vencedor, como alguém que já morreu, mas em Ti ressuscitou”.


Falar de uma música do Diante do Trono é difícil, por cada uma marcou uma época, marcou uma experiência com Deus. Mas essas duas com certeza foram a trilha sonora e fizeram parte de muitos momentos da minha vida.

Qual a mensagem que você deixa para aqueles que estão começando a ouvir de Deus o chamado para suas vidas?
O recado que eu tenho para eles é o seguinte: o chamado nunca é pra nós. Tem uma geração valente que está se levantando, mas também tem uma geração que está sendo iludida.

Tem muita gente buscando no ministério a realização pessoal, mas o ministério é pra servir o outro, é colocar o seu talento, o seu dom a serviço do outro. Não é você no centro, é Deus no centro. E Deus ama o outro. O dom que ele te deu é tornar você uma comunicação entre Deus e o teu próximo.

Então que essa juventude se levante cumprindo o seu propósito e não apenas buscando no seu ministério uma oportunidade de aparecer e se auto-promover.

Que se levantem ministros dispostos a não negociar e a não fazer do ministério uma profissão, mas fazer do ministério um chamado, uma vocação em prol do outro.

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